O inglês é estranho
- Mentes Notáveis
- 1 de jul.
- 4 min de leitura
E é exatamente por isso que ele pode transformar a forma como aprendemos – especialmente na infância!

Desde cedo, algo extraordinário acontece no cérebro de uma criança
Aos 2 anos de idade, milhões de conexões neurais se formam a cada segundo e uma janela de possibilidades é aberta. Na infância, o cérebro está no auge da capacidade de aprender uma nova língua.
É por isso que, nessa fase, uma criança brasileira pode cantar em português de manhã e brincar em inglês à tarde, alternando entre os dois idiomas com uma naturalidade que surpreende qualquer adulto.
Imagine uma criança ouvindo pela primeira vez uma música em inglês. Ela não entende tudo, mas reconhece uma palavra aqui, outra ali: “Hello”, “you”, “love”... Aos poucos, repete refrões, tenta adivinhar significados, brinca com os sons.
Nesse momento, algo poderoso acontece no cérebro da criança. Ela não está apenas aprendendo um novo idioma, mas treinando o cérebro para decodificar um novo sistema de pensamento, som e significado.
A ciência do cérebro bilíngue
Quando uma criança aprende inglês junto com português, algo fascinante acontece no cérebro dela: a neuroplasticidade é amplificada de forma significativa. Neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de criar e reorganizar conexões entre os neurônios, ou seja, de fazer e desfazer conexões em resposta a experiências, aprendizagens e estímulos.. Pesquisas mostram que o cérebro bilíngue desenvolve possibilidades expandidas de criar ligações neurais.
Crianças bilíngues desenvolvem o que os neurocientistas chamam de "vantagem bilíngue”, um conjunto de habilidades cognitivas, como:
Capacidade analítica mais eficaz: a capacidade de pensar em duas línguas desenvolve um pensamento mais flexível e criativo, gerando soluções mais inovadoras para desafios complexos.
Controle executivo aprimorado: o cérebro bilíngue precisa constantemente alternar entre idiomas, fortalecendo funções como controle inibitório, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva.
Atenção e concentração superiores: pessoas bilíngues utilizam mecanismos de atenção muito mais frequentemente do que as pessoas monolíngues, desenvolvendo a capacidade de trabalhar em situações de distração.
O período de ouro
A neurociência nos ensina que existe um momento ideal para aprender um segundo idioma: quanto mais cedo, melhor!
A imersão em um ambiente bilíngue antes dos 4 anos de idade oferece a melhor chance de uma criança se tornar verdadeiramente fluente em ambos os idiomas, aproveitando ao máximo essa janela de plasticidade cerebral.
Um idioma que desafia o cérebro
Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford revelou algo curioso: o inglês é um dos idiomas mais imprevisíveis do mundo.
A distância entre a forma como as palavras são escritas e como são pronunciadas é enorme. Há letras que não são lidas, palavras parecidas na escrita e com pronúncias completamente diferentes, regras que mudam conforme o contexto.
Quer um exemplo?
Observe as palavras “thought”, “though”, “tough”, “through”, “thorough” e “throughout”. Elas parecem irmãs, mas cada uma tem um som diferente e um significado completamente distinto.
Ao contrário de idiomas como o espanhol e o português, que seguem lógicas mais fonéticas (aquilo que se escreve, geralmente, é o que se fala), o inglês exige muito mais do cérebro no início da aprendizagem.
Mas aqui vem a parte boa: isso é um treino cognitivo poderoso.
Segundo os pesquisadores, esse “desencaixe” entre escrita e fala pode parecer um obstáculo à primeira vista, mas ele ativa áreas cerebrais relacionadas à memória, à flexibilidade cognitiva, à criatividade e até ao raciocínio.
Em outras palavras: aprender inglês é um exercício mental de alto desempenho.
O inglês, afinal, é estranho mesmo. E isso é ótimo!
O inglês e sua posição curiosa no mundo
Outra descoberta intrigante do estudo é que o inglês não tem um “par próximo” entre os idiomas modernos.
Por exemplo, o espanhol e o português compartilham tantas estruturas que, com um pouco de esforço, falantes de um idioma conseguem entender bastante o outro. O mesmo acontece com o alemão e o holandês, ou com o tailandês e o lao.
Mas o inglês está isolado. Não há outro idioma que permita a um falante “dar um jeitinho” para entender metade da conversa e completar o resto com lógica. No inglês, ou você entende, ou precisa treinar para entender.
Parece desanimador? Nem um pouco.
É justamente esse desafio único que torna o aprendizado tão transformador.
Aprender inglês é como explorar uma floresta cheia de sons e significados novos. O cérebro precisa buscar novas trilhas e conexões. E quanto antes essa jornada começa, mais natural e divertida ela se torna.
Como transformar essa “estranheza” em estímulo: o papel da Jovens Notáveis
Na plataforma de ensino Jovens Notáveis, esse estímulo é oferecido, pois aprender pode e deve ser uma aventura.
Quando falamos de bilinguismo, falamos de respeitar o tempo de cada criança, oferecer contextos reais e divertidos e transformar cada “estranheza” do inglês em uma oportunidade de descoberta.
Os conteúdos bilíngues disponibilizados na plataforma não são simples traduções, eles foram pensados para que o inglês apareça de forma viva, dinâmica e contextualizada.
As crianças ouvem, repetem, interpretam e aprendem, sem medo de errar e com muita curiosidade envolvida.
E é nesse momento que entram as videoaulas: coloridas, vivas, cheias de movimento e significado. Elas não só capturam a atenção, mas ajudam a transformar conteúdos complexos em experiências envolventes e inesquecíveis.
É como se o idioma deixasse de ser uma disciplina escolar e se tornasse um superpoder. Quem fala mais de um idioma não só se comunica com mais pessoas, mas também pensa de formas mais variadas. No fim, o que parece difícil pode ser o começo de algo notável.
E sim, o inglês pode parecer estranho.
Mas aprender a entendê-lo e, mais ainda, a usá-lo é uma forma de ampliar horizontes, abrir portas e despertar capacidades que vão muito além da linguagem.
E o melhor é que tudo isso pode começar agora, de forma leve, envolvente e divertida com a plataforma Jovens Notáveis.
Nota: este artigo foi escrito com base em:
BRIGGS, H. Cientistas descobrem por que crianças têm facilidade de aprender mais de uma língua. BBC News Brasil, 9 out. 2013. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/10/131009_linguagem_infancia_an. Acesso em: jun. 2025.
DO, T. N.; KAPATSINSI, V.; VINSON, D. W. English is unusually difficult to learn and process. Cognition, v. 248, 2024.
MCWHORTER, J. English is not normal. Aeon, 13 nov. 2015. Disponível em: https://aeon.co/essays/why-is-english-so-weirdly-different-from-other-languages. Acesso em: jun. 2025.
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